O ciclo de vida da graxa nos rolamentos: a importância de uma lubrificação correta

Neste artigo nosso especialista José Miguel da Rocha comenta sobre a relubrificação de rolamentos e o ciclo de vida desse processo

Por José Miguel da Rocha*

Atualmente, aproximadamente 90% dos rolamentos são lubrificados com graxas, pois, quando comparadas ao óleo, permitem que o projeto mecânico seja mais fácil e eficiente, facilitando a vedação. Além disso, já existem formulações de graxas que permitem atingir fatores de velocidade de até 2 milhões (fator n.dm), valor que só era possível no passado com a utilização de óleos.

Dentro das diversas aplicações encontradas na indústria, existem algumas em que os rolamentos são vedados e não necessitam de relubrificação, é o que comumente se chama de lubrificação vitalícia. No entanto, na maioria dos casos, onde as condições de operação são mais exigentes, o processo de relubrificação é essencial para renovar a graxa usada antes que ela se degrade e cause a falha no rolamento.

Para ilustrar como esse processo ocorre, a figura abaixo mostra as diferentes etapas do ciclo de vida da graxa em um rolamento:

Na situação inicial, o rolamento recém-lubrificado contém a graxa com sua consistência original entre os elementos rolantes, ainda não distribuída.

À medida que a rotação começa, o lubrificante começa a se distribuir dentro do rolamento. Dependendo do tipo de graxa e da quantidade, as cavidades e lábios das vedações são preenchidos e o lubrificante começa a ser trabalhado e transportado. A força de cisalhamento e o aumento da temperatura fazem com que o óleo base se separe do espessante e molhe as pistas de rodagem, ponto em que a lubrificação ideal é alcançada.

Com o tempo, as cargas mecânicas e térmicas ativam os aditivos, que são consumidos gradativamente, iniciando assim o processo de envelhecimento do espessante e do óleo base. A decomposição mecânica e química da graxa reduz sua lubricidade.

O aumento da temperatura faz com que os componentes moleculares mais leves do óleo base se volatilizem e, enquanto os mais pesados ​​tendem a escurecer, formam uma ‘lama’ e engrossam a graxa. É essencial renovar a graxa antes que o envelhecimento se torne irreversível, pois ao final desta fase, ocorreria uma insuficiência na lubrificação.

Se você continuar a operação sem a relubrificação, a graxa continuará a engrossar ainda mais, o que causará maior atrito e aumento da temperatura no rolamento. Por sua vez, a temperatura mais alta acelera o processo de envelhecimento.

Finalmente, os aditivos se esgotarão completamente e sua decomposição química fará com que atuem como contaminantes, além da perda do óleo base e do rompimento do filme lubrificante, tornando inevitável o intenso contato metal-metal até que ocorra a falha do rolamento em algum momento.

Caso queira mais informações ou precise de suporte para fazer o acompanhamento adequado do ciclo de vida da graxa dos rolamentos, entre em contato conosco no e-mail suportetecnico@br.klueber.com.

*José Miguel da Rocha é Assessor Técnico Comercial da Klüber Lubrication Argentina

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